Poiso a mão vagarosa no capô dos carros como se afagasse a crina dum cavalo.
Vêm mortos de sede.
Julgo que se perderam no deserto e o seu destino é apenas terem pressa.
Neste emprego, ouço o ruído da engrenagem, o suave movimento do mundo a acelerar-se pouco a pouco.

Quem sou eu, no entanto, que balança tenho para pesar sem erro a minha vida e os sonhos de quem passa?

terça-feira, junho 14, 2005

Ao que se foi

Se chegar amanhã o dia em que o pássaro vai ser libertado...
Serás livre e gritarás bem alto a todos os ventos, torrentes e tempestades, que o dia nasceu de novo e não vai nunca morrer sozinho.
A liberdade quando nasce é para todos...

Até amanhã



Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.

É primeiro só um rumor de epunha
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, eijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.

Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias

Eugénio de Andrade
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quarta-feira, junho 08, 2005

"Janelas para o mundo" Posted by Hello
"Pinceis" Posted by Hello
"Mãos que Criam" Posted by Hello
"Mãos que Criam" Posted by Hello
VI Feira de Artesanato Posted by Hello

Na feira dos sonhos...

No passado mês de Maio tive o enorme prazer de participar na VI Feira de Artesanato - "Mãos que Criam" da Junta de Freguesia dos Prazeres. O local escolhido, semelhante a anos anteriores, foi a Praça da Armada e o ambiente foi incrível!
Foram cinco dias de partilha, de amizade, de diversão, de conforto, de poesia, de pintura, de bordados, de cerâmica, de madeira, de metais... Coisas raras de encontar no nosso quotidiano, infelizmente.
E isto tudo existiu porque todos os que participaram, todos os artesãos, trabalharam para o mesmo fim, empenharam-se mais um ano neste encontro, nesta comunhão de saberes e experiências.
Existem coisas na vida que nos fazem renascer, nesta feira aconteceu-me isso e fiquei muito feliz!


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"Afortunada será sempre a existência que, atenta ao mundo tanto quanto lhe permitem as suas inúmeras ou escassas restrições, não desiste de partilhar com as existências vizinhas o horizonte de humanidade que o destino lhe proporcionou."
Mário Claúdio
Revista "Cais", (59) 2001

terça-feira, junho 07, 2005

Peças


Gaivotas rosas e azuis que esperam que o futuro aconteça...
Imagem intacta à espera que lhe toquem...
Um futuro que espera que o presente aconteça...
E o que espera o Português? Posted by Hello