Poiso a mão vagarosa no capô dos carros como se afagasse a crina dum cavalo.
Vêm mortos de sede.
Julgo que se perderam no deserto e o seu destino é apenas terem pressa.
Neste emprego, ouço o ruído da engrenagem, o suave movimento do mundo a acelerar-se pouco a pouco.

Quem sou eu, no entanto, que balança tenho para pesar sem erro a minha vida e os sonhos de quem passa?

sexta-feira, outubro 20, 2006

De volta ...

Alpedrinha...que saudades...

Por entre bombos e cânticos
perdidos nas ruas tortas e encruzilhadas,
desaguando em largos cheios
de gente até de madrugada.

Vista bela que me encantou
e me derreteu logo na chegada.
Se há esperança que ficou, é esta,
a de voltar um dia para nunca esquecer
o que me acolheu e
veio morar no meu coração.

16-09-06