Poiso a mão vagarosa no capô dos carros como se afagasse a crina dum cavalo.
Vêm mortos de sede.
Julgo que se perderam no deserto e o seu destino é apenas terem pressa.
Neste emprego, ouço o ruído da engrenagem, o suave movimento do mundo a acelerar-se pouco a pouco.

Quem sou eu, no entanto, que balança tenho para pesar sem erro a minha vida e os sonhos de quem passa?

domingo, maio 28, 2006

Devaneio de uma tarde de sol...

Noites escondidas por de trás da chuva, um arco-íris de pensamentos vagueiam sem fim nem regresso, nem partida que os sustente…
Desço esta escada sozinha e não sei em que degrau vou parar…subir e descer sem fim à vista, sem um regresso que me acolha e me guarde para o melhor que há-de vir…
Prendo-me em sonhos que me perdem no mundo, a distância da verdade às vezes é o percurso mais longo de uma vida…se alguma vez ele acaba? Quem pode saber?....nem toda a gente encontra essa porta chamada: Verdade.
A verdade daquilo que fazemos neste mundo, as respostas às inquietudes e os percursos das descobertas…quem sabe?
Então levo a noite inteira neste percurso desmedido, que nem a fita métrica consegue agarrar…Passo os passos sem me aperceber onde quero parar, ou onde vou continuar…
Levo os pés, as pernas, o tronco, os outros membros, a cabeça vazia… E a alma?...A alma, acho que tropeçou no primeiro degrau e já não me conseguiu alcançar.

Sem comentários: