Poiso a mão vagarosa no capô dos carros como se afagasse a crina dum cavalo.
Vêm mortos de sede.
Julgo que se perderam no deserto e o seu destino é apenas terem pressa.
Neste emprego, ouço o ruído da engrenagem, o suave movimento do mundo a acelerar-se pouco a pouco.

Quem sou eu, no entanto, que balança tenho para pesar sem erro a minha vida e os sonhos de quem passa?

quarta-feira, abril 20, 2005

Corpo Posted by Hello


O corpo, emoção de palavras soltas que escapam da boca para o chão. O corpo que as apanha para trazer de volta à terra. Corpo de um eixo que equilibra o movimento das palavras que saltam e vibram para fora de nós.
O corpo, carne que aquece a alma, que transforma as emoções em algo real de uma matéria palpável.
O corpo que viaja nos sonhos, acompanhando a mente em deambulações levianas na busca do prazer escondido e censurado.
Corpo sereno em dias de Outono, flutuante como folhas que caiem de um vento. Corpo mole estendido no chão...este será no Verão. Corpo fresco, vigoroso e fecundo, na Primavera quando a fruta é suculenta, sumo que escorrega e acaricia da boca até ao peito, bem perto do Coração!

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