Poiso a mão vagarosa no capô dos carros como se afagasse a crina dum cavalo.
Vêm mortos de sede.
Julgo que se perderam no deserto e o seu destino é apenas terem pressa.
Neste emprego, ouço o ruído da engrenagem, o suave movimento do mundo a acelerar-se pouco a pouco.

Quem sou eu, no entanto, que balança tenho para pesar sem erro a minha vida e os sonhos de quem passa?

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Amigos

"Promete que seremos sempre amigos. Quantas vezes corremos até lá ao fundo? Ainda sinto as ervas sobre os pés. As pedras pequenas entre as ervas. Quantas vezes parámos a olhar para os vales e para as montanhas? Depois de partires, esperei por ti junto ás árvores onde te vi pela primeira vez. Este ano nasceram flores novas. A brisa que traz as nuvens, ainda não trouxe nenhuma com as tuas mãos.
Promete que, quando precisar de coragem, vais estar ao meu lado."
José Luís Peixoto

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