Alpedrinha...que saudades...
Por entre bombos e cânticos
perdidos nas ruas tortas e encruzilhadas,
desaguando em largos cheios
de gente até de madrugada.
Vista bela que me encantou
e me derreteu logo na chegada.
Se há esperança que ficou, é esta,
a de voltar um dia para nunca esquecer
o que me acolheu e
veio morar no meu coração.
16-09-06
Poiso a mão vagarosa no capô dos carros como se afagasse a crina dum cavalo.
Vêm mortos de sede.
Julgo que se perderam no deserto e o seu destino é apenas terem pressa.
Neste emprego, ouço o ruído da engrenagem, o suave movimento do mundo a acelerar-se pouco a pouco.
Quem sou eu, no entanto, que balança tenho para pesar sem erro a minha vida e os sonhos de quem passa?
Vêm mortos de sede.
Julgo que se perderam no deserto e o seu destino é apenas terem pressa.
Neste emprego, ouço o ruído da engrenagem, o suave movimento do mundo a acelerar-se pouco a pouco.
Quem sou eu, no entanto, que balança tenho para pesar sem erro a minha vida e os sonhos de quem passa?
sexta-feira, outubro 20, 2006
terça-feira, julho 04, 2006
Janelas para o mundo
A descoberta da vida pela observação e pela indignação, a descoberta pelo prazer e pelo horror, a descoberta pelo ser e não querer ser
A descoberta incessante de todos os dias, a vida toda para descobrir…
Sem perder nem encontrar, a descoberta aberta para o mundo como uma janela.
Empilhamos a vida dia a dia, sem querer deixamos sempre as janelas fechadas, o ar não passa e o que se acumula sustenta-se sozinho, imóvel e sem sentido, se não as abrirmos morremos por debaixo do entulho.
A descoberta incessante de todos os dias, a vida toda para descobrir…
Sem perder nem encontrar, a descoberta aberta para o mundo como uma janela.
Empilhamos a vida dia a dia, sem querer deixamos sempre as janelas fechadas, o ar não passa e o que se acumula sustenta-se sozinho, imóvel e sem sentido, se não as abrirmos morremos por debaixo do entulho.
sexta-feira, junho 16, 2006
Ao Sr. DAVID
Em leves traços escreveste,
numa harmonia interrupta
palavras de pele e alma,
infitos e belos corpos que descreveste...
cheios de sentidos esses versos
e uma vida cheia de palavras.
nem na despedida te esqueceste
de como deve ser bela a nossa passagem.
Vi hoje o documentário dos 10 anos de ausênsia, e sem te conhecer como é possível sentir dor? Mas é...pelo simples facto que conseguiste deixar o que havia de mais belo, a tua escrita...
à tua alegria de Viver, à Poesia, ao Romance e ao Amor Feliz...
" Conjugamos em coro
o verbo amanhecer
com sílabas que roubo
ao que a noite nos dê"
numa harmonia interrupta
palavras de pele e alma,
infitos e belos corpos que descreveste...
cheios de sentidos esses versos
e uma vida cheia de palavras.
nem na despedida te esqueceste
de como deve ser bela a nossa passagem.
Vi hoje o documentário dos 10 anos de ausênsia, e sem te conhecer como é possível sentir dor? Mas é...pelo simples facto que conseguiste deixar o que havia de mais belo, a tua escrita...
à tua alegria de Viver, à Poesia, ao Romance e ao Amor Feliz...
" Conjugamos em coro
o verbo amanhecer
com sílabas que roubo
ao que a noite nos dê"
David Mourão- Ferreira, in O Corpo Iluminado
domingo, maio 28, 2006
Devaneio de uma tarde de sol...
Noites escondidas por de trás da chuva, um arco-íris de pensamentos vagueiam sem fim nem regresso, nem partida que os sustente…
Desço esta escada sozinha e não sei em que degrau vou parar…subir e descer sem fim à vista, sem um regresso que me acolha e me guarde para o melhor que há-de vir…
Prendo-me em sonhos que me perdem no mundo, a distância da verdade às vezes é o percurso mais longo de uma vida…se alguma vez ele acaba? Quem pode saber?....nem toda a gente encontra essa porta chamada: Verdade.
A verdade daquilo que fazemos neste mundo, as respostas às inquietudes e os percursos das descobertas…quem sabe?
Então levo a noite inteira neste percurso desmedido, que nem a fita métrica consegue agarrar…Passo os passos sem me aperceber onde quero parar, ou onde vou continuar…
Levo os pés, as pernas, o tronco, os outros membros, a cabeça vazia… E a alma?...A alma, acho que tropeçou no primeiro degrau e já não me conseguiu alcançar.
Desço esta escada sozinha e não sei em que degrau vou parar…subir e descer sem fim à vista, sem um regresso que me acolha e me guarde para o melhor que há-de vir…
Prendo-me em sonhos que me perdem no mundo, a distância da verdade às vezes é o percurso mais longo de uma vida…se alguma vez ele acaba? Quem pode saber?....nem toda a gente encontra essa porta chamada: Verdade.
A verdade daquilo que fazemos neste mundo, as respostas às inquietudes e os percursos das descobertas…quem sabe?
Então levo a noite inteira neste percurso desmedido, que nem a fita métrica consegue agarrar…Passo os passos sem me aperceber onde quero parar, ou onde vou continuar…
Levo os pés, as pernas, o tronco, os outros membros, a cabeça vazia… E a alma?...A alma, acho que tropeçou no primeiro degrau e já não me conseguiu alcançar.
terça-feira, fevereiro 21, 2006
Já poucos se lembram...
" É doce este prenúncio de Primavera que, em Fevereiro, acende estrelas nos teus olhos e embala o coração..."
R.
É esta a dedicatória que recebi nos meus anos e quero partilhar.
Pouca gente pensa sobre a altura do ano em que nasceu, sabemos o dia, o mês, mas a estação ou o que nos diz a Natureza nessa altura? Nisso, já quase ninguém pensa...
Será que há pouco tempo para olhar para as árvores, para as flores, para as folhas, para os animais...?
- Nasci em pleno Inverno! - penso nisso poucas vezes, e na consequência que isso pode ter, ou não, em mim, ainda menos.
Por isso, digo que é muito bom contar com alguém que me lembre que nasci no Inverno...
Ora cinco manias, não é??
Respondendo ao desafio de uma amiga, aqui vão 5 manias...
- Mania de cruzar os dedos sempre que passa uma ambulância ou um carro funerário...(existem doidos para tudo!...espero eu...)
- Mania de trazer postais para casa só para os desfazer...
...às vezes dá resultado...
3. Mania de responder que está "tudo bem" mesmo nos dias em que nem devia ter saido de casa!
4. Mania de andar sempre com um caderno na mala ou uma agenda literária onde possa escrever...por acaso ainda não tenho a de 2006...(sugestão)
...e por último...
5. Mania de fazer festas a qualquer gato! Afinal são todos lindos, não são?
...até a "Cuca" maluca...
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
De volta?...vamos ver...
sábado, novembro 05, 2005
Baleeiro
Livre de estranhezas e assumindo a vida de frente
sou eu agora que comando o barco,
navego por estes mares que só eu conheço
e descubro que doi navegar sozinho.
A estranheza do horizonte tem os seus mistérios
e um bom navegador sabe para onde o vento sopra.
Tento estar atento a tudo, não deixo nada ao acaso.
Se cá ficar serei apenas um número...
Levo comigo meses inteiros de saudade
e a pressa de chegar é muita,
mas não posso voltar de mãos vazias
e a fome aperta a cada dia.
Se ao menos uma gota de esperança
viesse parar à rede, muito tinha para contar.
O livre destino é agora o meu vento,
em que direcção vai ele soprar?
Nestas linhas breves está a minha vida
e o meu regresso vai estar no meu olhar
quando puder cruzar o teu,
aí no cais, depois de atracar.
Seguiremos juntos longos meses
e aquilo que fizer hoje,
será o sustento desse tempo.
Que o meu regresso venha depressa...
31 de Janeiro de 20005
sou eu agora que comando o barco,
navego por estes mares que só eu conheço
e descubro que doi navegar sozinho.
A estranheza do horizonte tem os seus mistérios
e um bom navegador sabe para onde o vento sopra.
Tento estar atento a tudo, não deixo nada ao acaso.
Se cá ficar serei apenas um número...
Levo comigo meses inteiros de saudade
e a pressa de chegar é muita,
mas não posso voltar de mãos vazias
e a fome aperta a cada dia.
Se ao menos uma gota de esperança
viesse parar à rede, muito tinha para contar.
O livre destino é agora o meu vento,
em que direcção vai ele soprar?
Nestas linhas breves está a minha vida
e o meu regresso vai estar no meu olhar
quando puder cruzar o teu,
aí no cais, depois de atracar.
Seguiremos juntos longos meses
e aquilo que fizer hoje,
será o sustento desse tempo.
Que o meu regresso venha depressa...
31 de Janeiro de 20005
terça-feira, outubro 04, 2005
Ar Puro!
Respirar um pouco de ar puro quando a vida nos pode empurrar,
agarro-me com força porque o vento pode-me levar,
não quero que nada me escape desta vez.
É agora porque já não posso parar...
Então que se partam as amarras se assim tem que ser,
que se olhe em frente se o que ficou já não conta,
que se conte então uma estória daquilo que foi e já não será,
que se repare o errado para mais tarde não se parar,
que se dia diga bem alto que o dia nasceu para se renovar...
agarro-me com força porque o vento pode-me levar,
não quero que nada me escape desta vez.
É agora porque já não posso parar...
Então que se partam as amarras se assim tem que ser,
que se olhe em frente se o que ficou já não conta,
que se conte então uma estória daquilo que foi e já não será,
que se repare o errado para mais tarde não se parar,
que se dia diga bem alto que o dia nasceu para se renovar...
terça-feira, setembro 06, 2005
Aroma do Avante...
"E bate palmas, bate palmas!
Bate palmas sem parar!
(...)
E agora acabou e ninguém se enganou!..."
Grande Brigada!!!
Bate palmas sem parar!
(...)
E agora acabou e ninguém se enganou!..."
Grande Brigada!!!
quinta-feira, julho 07, 2005
Olá Querida
Existem dias em tudo se transforma e pensamos que será da nossa existência, sentimo-nos perdidos e cada olhar, para nós é importante.
Já me senti assim, já me senti a querer crescer, já me senti com vontade de me esconder , como em pequena, num esconderijo, que só eu sabia e os adultos até achavam graça...
Pois, hoje até tenho tamanho para me esconder mas não tenho a mesma imaginação e o medo de estar sozinha é maior, talvez por já não ser uma brincadeira e ser a realidade...
Penso em ti , avó, várias vezes e felizmente ainda me dizes "Olá querida" pelo menos é o que a minha mente ouve antes de adormecer...
Para a Clarisse...
terça-feira, junho 14, 2005
Ao que se foi
Até amanhã

Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.
É primeiro só um rumor de epunha
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, eijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.
É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.
Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias
Eugénio de Andrade

quarta-feira, junho 08, 2005
Na feira dos sonhos...
No passado mês de Maio tive o enorme prazer de participar na VI Feira de Artesanato - "Mãos que Criam" da Junta de Freguesia dos Prazeres. O local escolhido, semelhante a anos anteriores, foi a Praça da Armada e o ambiente foi incrível!
Foram cinco dias de partilha, de amizade, de diversão, de conforto, de poesia, de pintura, de bordados, de cerâmica, de madeira, de metais... Coisas raras de encontar no nosso quotidiano, infelizmente.
E isto tudo existiu porque todos os que participaram, todos os artesãos, trabalharam para o mesmo fim, empenharam-se mais um ano neste encontro, nesta comunhão de saberes e experiências.
Existem coisas na vida que nos fazem renascer, nesta feira aconteceu-me isso e fiquei muito feliz!
Partilhar
"Afortunada será sempre a existência que, atenta ao mundo tanto quanto lhe permitem as suas inúmeras ou escassas restrições, não desiste de partilhar com as existências vizinhas o horizonte de humanidade que o destino lhe proporcionou."
Mário Claúdio
Revista "Cais", (59) 2001
terça-feira, junho 07, 2005
Peças
quinta-feira, maio 05, 2005
Para Partilhar...
(...)
Desço
para o centro da terra,
atravessando o sono inicial
dos fetos líquidos dos lagos.
E passando, levemente acordo
os profundíssimos olhos verdes, vagos,
das águas esperando
o calor filial dos peixes.
No dorso deste espírito dolorido
que flutua pelas eternas penumbras,
cavalgo devassando as fostes da vida
donde goteja um leite amargo e turvo.
(E descendo
é como se descesse dentro de mim
nas cobardias-detritos das águas,
nos heroísmos-resíduos das fráguas.
E seja por que for
no suor anónimo das mágoas).
(...)
Carlos de Oliveira- Descida aos Infernos
Desço
para o centro da terra,
atravessando o sono inicial
dos fetos líquidos dos lagos.
E passando, levemente acordo
os profundíssimos olhos verdes, vagos,
das águas esperando
o calor filial dos peixes.
No dorso deste espírito dolorido
que flutua pelas eternas penumbras,
cavalgo devassando as fostes da vida
donde goteja um leite amargo e turvo.
(E descendo
é como se descesse dentro de mim
nas cobardias-detritos das águas,
nos heroísmos-resíduos das fráguas.
E seja por que for
no suor anónimo das mágoas).
(...)
Carlos de Oliveira- Descida aos Infernos
terça-feira, abril 26, 2005
sexta-feira, abril 22, 2005
Cravos, balões, alegria e esperança!
Hoje já senti o cheiro do 25 de Abril!

Estive presente numa iniciativa que a Junta dos Prazeres realizou na Praça da Armada.
É sempre bom lembrar, ensinar e aprender aquilo que nos deu o 25 de Abril.
E juntar crianças, jovens e adultos nesta iniciativa foi uma grande ideia e proporcionou a todos uma manhã maravilhosa!
Parabéns Prazeres!!!

Estive presente numa iniciativa que a Junta dos Prazeres realizou na Praça da Armada.
É sempre bom lembrar, ensinar e aprender aquilo que nos deu o 25 de Abril.
E juntar crianças, jovens e adultos nesta iniciativa foi uma grande ideia e proporcionou a todos uma manhã maravilhosa!
Parabéns Prazeres!!!
quarta-feira, abril 20, 2005
Corpo 



O corpo, emoção de palavras soltas que escapam da boca para o chão. O corpo que as apanha para trazer de volta à terra. Corpo de um eixo que equilibra o movimento das palavras que saltam e vibram para fora de nós.
O corpo, carne que aquece a alma, que transforma as emoções em algo real de uma matéria palpável.
O corpo que viaja nos sonhos, acompanhando a mente em deambulações levianas na busca do prazer escondido e censurado.
Corpo sereno em dias de Outono, flutuante como folhas que caiem de um vento. Corpo mole estendido no chão...este será no Verão. Corpo fresco, vigoroso e fecundo, na Primavera quando a fruta é suculenta, sumo que escorrega e acaricia da boca até ao peito, bem perto do Coração!
O corpo, carne que aquece a alma, que transforma as emoções em algo real de uma matéria palpável.
O corpo que viaja nos sonhos, acompanhando a mente em deambulações levianas na busca do prazer escondido e censurado.
Corpo sereno em dias de Outono, flutuante como folhas que caiem de um vento. Corpo mole estendido no chão...este será no Verão. Corpo fresco, vigoroso e fecundo, na Primavera quando a fruta é suculenta, sumo que escorrega e acaricia da boca até ao peito, bem perto do Coração!
sexta-feira, abril 15, 2005
Vamos pensar?...
No outro dia dei comigo a pensar como este mundo anda ao contrário...Vinha a andar pelos Prazeres ( a minha Freguesia) quando reparei na quantidade de pessoas mais velhas, não aquele tipo de idosos que nos lembramos sempre, mas pessoas que têm às suas costas o fardo de sustentarem uma família.
Eu conheço muitos casos de avós que sustentam os filhos e os netos com as suas miseráveis... reformas!!! Isto para mim é incrivel! Parece que houve um hiato nas gerações, os avós ficaram a cuidar dos netos e os pais desses netos dependentes dos avós.
O problema ainda aumenta quando pensamos que muitos desses avós já estão sozinhos, quase todos viúvos e alguns até têm escrito no B.I. "Solteiro". Pela experiência que tenho a maioria são mulheres com mais de 60 anos, sozinhas, a ganhar para alimentar e cuidar dos filhos ( alguns com graves problemas de inserção social, de dependências e muitas vezes desempregados) e dos netos, que ás vezes são muitos e com idades variadas.
Depois deste cenário será que ninguém pensa nesta população ainda tão activa? É certo que eles de solidão, aparentemente, não sofrem, têm a casa cheia; aparentemente também não sofrem de graves problemas de saúde, porque se sofrerem têm que se conter e nem têm tempo para ir ao médico. Mas não seria altura de poderem estar mais descansados a gozar o pouco dinheiro da reforma e poderem ser activos de livre vontade, em vez de o serem por obrigação para manter de pé uma casa a transbordar de gente?
E no fim disto tudo, pergunto:
Quando eles morrerem o que vai acontecer a estas tantas, tantas e tantas famílias?
O que vai acontecer a tantas crianças e a tantos jovens dependentes destes avós esquecidos?
Isto não é um problema apenas da terceira idade, dos reformados. Isto é um grave problema social e portanto, um problema de todos nós!
sexta-feira, abril 08, 2005
sexta-feira, abril 01, 2005
terça-feira, março 01, 2005
Medo dos tempos antigos!!!
Hoje penso como é possível não nos revoltarmos!!!
Gostaria de ter inteligência para perceber como é possível acontecer tanta coisa que todos os dias presenciamos nas notícias...
Lembro-me de uma frase a jeito de ditado popular e moral, que aprendi na escola primária, e que hoje faz-me todo o sentido.
"Se penso que o outro fez mal porque vou fazer o mesmo?"
De facto parece a moral de uma peça infantil...Mas é o que penso quando vejo o que está a acontecer áquele trágico e tão conhecido "Caso Joana". Como é que uma coisa tão grave pode ser ameaçada no seu processo de apuramento da verdade por negligência e abuso de autoridade da parte da PJ?
Parece que voltámos ao tempo do antigo senhor e dos seus métodos arcaicos...
Não é assim que podemos confiar na Justiça não é assim que Ela se aproxima do cidadão comum.
Se por vezes já é difícil compreender a Justiça, ainda pior é quando põe em causa os fins para que foi criada: o apuramento da culpa e a própria justiça...
...Esperança!
Gostaria de ter inteligência para perceber como é possível acontecer tanta coisa que todos os dias presenciamos nas notícias...
Lembro-me de uma frase a jeito de ditado popular e moral, que aprendi na escola primária, e que hoje faz-me todo o sentido.
"Se penso que o outro fez mal porque vou fazer o mesmo?"
De facto parece a moral de uma peça infantil...Mas é o que penso quando vejo o que está a acontecer áquele trágico e tão conhecido "Caso Joana". Como é que uma coisa tão grave pode ser ameaçada no seu processo de apuramento da verdade por negligência e abuso de autoridade da parte da PJ?
Parece que voltámos ao tempo do antigo senhor e dos seus métodos arcaicos...
Não é assim que podemos confiar na Justiça não é assim que Ela se aproxima do cidadão comum.
Se por vezes já é difícil compreender a Justiça, ainda pior é quando põe em causa os fins para que foi criada: o apuramento da culpa e a própria justiça...
...Esperança!
terça-feira, fevereiro 15, 2005
Vamos ler?
Quando damos conta de que tempo é curto e a vida corre, começamos a querer fazer tudo de um trago. Pioramos mais esse tempo que resta e fazemo-lo mais curto.
Saborear a vida é uma missão dura nos tempos que correm...
E cada palavra deve ser bem dita, lida, retida e admirada por nós...
Fóssil
" A Pedra
abriu
no flanco sombrio
o túmulo
e o céu
duma estrela do mar
para poder sonhar
a espuma
o vento
e me lembrar agora
que na pedra mais breve
do poema
a estrela
serei eu."
Saborear a vida é uma missão dura nos tempos que correm...
E cada palavra deve ser bem dita, lida, retida e admirada por nós...
Fóssil
" A Pedra
abriu
no flanco sombrio
o túmulo
e o céu
duma estrela do mar
para poder sonhar
a espuma
o vento
e me lembrar agora
que na pedra mais breve
do poema
a estrela
serei eu."
Carlos de Oliveira
sexta-feira, janeiro 28, 2005
2003
Da simplicidade nasce aquilo
Que luz e que reluz,
O que fazemos com traços
Pequenos deixados ao
Acaso desde criança.
Que luz e que reluz,
O que fazemos com traços
Pequenos deixados ao
Acaso desde criança.
quinta-feira, janeiro 27, 2005
Saudade?
Ao ouvir Sétima Legião ponho-me a pensar em tempos que já lá vão, a Saudade...dizem eles, é de facto saudade o que ás vezes sinto ou falta daquele conforto familiar que nos fazia aproximar mais da pureza e da inocência de um poeta?
Alberto Caeiro fala do não pensar e é mesmo isso! Não era preciso pensar havia sempre alguém que fazia esse trabalho, ou os pais, ou os avós, ou até mesmo os tios.
Estes últimos eram jovens na altura, viviam uma juventude mais inocente, as relações eram mais próximas, ninguém falava através de máquinas ou aparelhos...
Não é a visão de que o passado era bem melhor, ou a célebre frase "Antigamente era tudo melhor!...Agora?..." Mas sim, a lembrança de um tempo de pureza e inocência, aquele tempo confortável de criança e de adolescente que gostamos tanto de lembrar...
A saudade...Sentimento terrível e tão português...
sábado, janeiro 22, 2005
sexta-feira, janeiro 21, 2005
Amigos
"Promete que seremos sempre amigos. Quantas vezes corremos até lá ao fundo? Ainda sinto as ervas sobre os pés. As pedras pequenas entre as ervas. Quantas vezes parámos a olhar para os vales e para as montanhas? Depois de partires, esperei por ti junto ás árvores onde te vi pela primeira vez. Este ano nasceram flores novas. A brisa que traz as nuvens, ainda não trouxe nenhuma com as tuas mãos.
Promete que, quando precisar de coragem, vais estar ao meu lado."
Promete que, quando precisar de coragem, vais estar ao meu lado."
José Luís Peixoto
quinta-feira, janeiro 20, 2005
Sobre o lado esquerdo
De vez em quando a insónia vibra com a nitidez dos sinos, dos cristais. E então, das duas uma: partem-se ou não se partem as cordas tensas da sua harpa insuportável. No segundo caso, o homem que não dorme pensa: «o melhor é voltar-me para o lado esquerdo e assim, deslocando todo o peso do sangue sobre a metade mais gasta do meu corpo, esmagar o coração».
C.O.
terça-feira, janeiro 18, 2005
Poema
Aço na forja dos dicionáriosas palavras são feitas de aspereza: o primeiro vestígio da beleza é a cólera dos versos necessários.
Mãe Pobre
Carlos de Oliveira
É um dos grandes poetas deste século, combinando a preocupação de intervenção social (neo-realismo) com a reflexão sobre a escrita no próprio processo da sua produção, o que cnfere à sua obra grande densidade e agudeza nos efeitos diversificados da sua leitura (Mãe Pobre, 1945, Entre Duas Memórias, 1971).
O mesmo se pode dizer em relação aos seus romances, nos quais se detecta uma evolução da problemática neo-realista mais pura (Casa na Duna, 1943) até à sua elaboração através da sobriedade do sentimento e do protesto (Uma Abelha na Chuva, 1953), culminando na complexidade de Finisterra (1978), composto a partir de mecanismos de repetição ficcional e de decalque temático e descritivo, que emerge na fronteira da oscilação da modernidade na nossa história literária
O mesmo se pode dizer em relação aos seus romances, nos quais se detecta uma evolução da problemática neo-realista mais pura (Casa na Duna, 1943) até à sua elaboração através da sobriedade do sentimento e do protesto (Uma Abelha na Chuva, 1953), culminando na complexidade de Finisterra (1978), composto a partir de mecanismos de repetição ficcional e de decalque temático e descritivo, que emerge na fronteira da oscilação da modernidade na nossa história literária
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